A conclusão do sermão é uma parte muito importante e requer uma grande atenção do pregador.
O que é mais difícil: começar bem ou terminar bem?
Duro de responder, porque tanto a introdução como a conclusão exigem muita habilidade.
Se os primeiros minutos do sermão devem ser de impacto, o últimos devem ser de reflexão.
E Se a introdução deve levar o ouvinte ao sermão, a conclusão deve fazer que o ouvinte leve o sermão consigo!
Por isso, os últimos minutos do sermão são tão importantes e cruciais como os primeiros.
Assim como a introdução, a conclusão deve ser bem planejada.
O pregador deve pensar exatamente em qual reação espera dos ouvintes, e então escolher palavras fortes que impressionem o ouvinte.
Às vezes, o pregador prepara o sermão e, por falta de tempo, deixa a conclusão para o improviso.
Isso põe a perder todo o efeito do sermão.
O homem mais sábio que o mundo já conheceu deu um show na conclusão de um de seus livros.
Veja como Salomão concluiu o livro de Eclesiastes:
“De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos porque isto é o dever de todo homem” (Ec 12.13).
Salomão utilizou as duas partes essenciais da conclusão: resumo e apelo.
A conclusão não deve passar disto: concentrar tudo que foi dito em uma ou duas sentenças marcantes e desafiar o ouvinte para a ação.
A exemplo do que fez Salomão, a conclusão divide-se em duas partes, ambas expressas em frases breves e curtas.
Em alguns casos, as duas partes podem ser apenas duas frases, se forem frases de efeito bem escolhidas.
Seja como for, são só duas partes, ou melhor, no máximo duas partes, porque eventualmente uma delas pode ser omitida.
Vejamos então essas partes da conclusão:
Após um bom resumo aplicativo, só falta uma coisa: um bom e curto apelo.
Nenhum sermão deve terminar sem apelo, ainda que seja um apelo à reflexão.
Apelo não significa necessariamente convidar todos para vir à frente, mas sim convidar todos para agir.
O objetivo de todo sermão é levar o ouvinte à ação.
Por isso o sermão precisa terminar desafiando o ouvinte a uma tomada de atitude.
No exemplo da fé citado acima, um apelo breve poderia ser este:
Deus sabe o que fazer com elas, por isso Dê a Deus uma chance de resolver o seu problema, amém.
E após o “amém“, não diga mais nenhuma palavra, então feche a Bíblia e sente-se.
Porque qualquer coisa a mais que disser destruirá o impacto do apelo.
Diga-se de passagem que a primeira e a última frase do sermão são as de maior impacto.
Devem ser bem planejadas e estar na ponta da língua, e você deve proferi-las sem olhar no papel.
Muitos dos princípios da boa introdução aplicam-se também à conclusão.
Os cuidados com a brevidade, concisão, clareza e bom senso empregam-se da mesma maneira na introdução e na conclusão.
Também deve-se evitar pedir desculpas nem usar expressões rotineiras.
Contudo, alguns detalhes adicionais são especificamente apropriados à conclusão e não devem ser esquecidos.
Vejamos então alguns deles:
Você já ouviu algum sermão em que os ouvintes começam a dizer “amém” para ver se o pregador desconfia que está na hora de terminar?
Alguns pregadores ficam “rodeando Jericó sete vezes” e não conseguem derrubar o muro.
Sabem por que isso acontece?
Porque terminar é tão difícil quanto começar.
A conclusão do sermão é uma verdadeira arte, e poucos conseguem aprendê-la bem.
Quanto tempo deve durar um sermão?
A extensão do sermão depende do tipo de reunião, do conforto do ambiente e da habilidade do pregador.
Algumas vezes você pode terminar com uma oração ou pedir que as pessoas façam uma oração silenciosa.
Outras vezes pode convidar as pessoas a vir à frente ou pedir que se ajoelhem onde estão.
Uma oração intercessora pela congregação ou pelas famílias da igreja causa um impacto positivo na vida dos ouvintes.
Um hino de apelo, cantado com solenidade, em harmonia com o tema, é uma das formas mais tocantes de concluir um sermão.
Você pode convidar a congregação a uma reflexão enquanto se ouve a melodia de um hino.
A música tem um poder de penetração muito forte, e esse recurso deve ser usado para comunicar a mensagem.
Uma boa melodia sensibiliza o ouvinte e o predispõe a tomar uma decisão.
Eventualmente você pode convidar os ouvintes a tomarem uma decisão se levantarem durante a música, ou mesmo a se ajoelharem enquanto a música é cantada.
Após a música, não convém multiplicar palavras.
Geralmente uma frase final de apelo ou mesmo uma pequena oração são suficientes para completa a conclusão.
Evangelista e Cofundador do Portal O Ministro
Fontes:
Livro a arte de pregar Robson M. Marinho
Livro Homilética Plínio Moreira